A polifarmácia pode ser definida como o uso de cinco ou mais medicamentos consumidos diariamente pelo paciente idoso. A importância de diferenciar “polifarmácia apropriada” de “polifarmácia inapropriada”, ou “muitos remédios” de “remédios em excesso”, reside no fato de que o consumo regular de 5 ou mais medicações pode ser adequado e, necessário para o manejo das comorbidades de um paciente. Assim, a individualização da análise é fundamental para que identificar corretamente aqueles sob real risco de desenvolverem malefícios relacionados à polifarmácia danosa, assim tornando possível o planejamento de intervenções.

Avaliar e combater a polifarmácia é de grande importância, sobretudo, pela variedade de malefícios da sua prática, impactando não só o paciente, mas também todo o sistema de saúde. Veja abaixo algumas das complicações decorrentes:

➡ Cascata iatrogênica: quando um medicamento é prescrito para tratar o efeito colateral de outro, a partir da compreensão equivocada de que tais sintomas clínicos são manifestações de uma nova doença ou condição de saúde.

➡ Aumento nos custos assistenciais: o excesso de medicamentos pode elevar os custos em saúde tanto públicos quanto privados.

➡ Aumento do risco de efeitos colaterais: as alterações farmacocinéticas e farmacodinâmicas decorrentes do processo de envelhecimento facilitam o aparecimento dos efeitos colaterais ou as reações adversas à medicação.

➡ Interações medicamentosas: alguns medicamentos não podem ser tomados juntos, correndo o risco de um inibir ou potencializar o efeito terapêutico do outro.

➡ Baixa adesão ao tratamento medicamentoso: a aderência à prescrição também representa um importante parâmetro a ser levado em consideração enquanto consequência individual da polifarmácia, pois é tanto menor quanto maior o número de medicações indicadas. Estima-se que 40% dos pacientes que usam remédios a longo prazo não o fazem como pretendido.

Nem sempre é possível evitar a polifarmácia, mas cuidados como não fazer automedicação, visitar o médico geriatra para revisar os medicamentos utilizados, organizar os medicamentos e utilizá-los de maneira segura e consciente são essenciais.

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